quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Cota para mulheres não cumpre missão

Estado tem um dos maiores índices percentuais de candidatas no país


O sistema de cotas na composição das nominatas de partidos e coligações, que determina a participação de 30% de mulheres na disputa das eleições 2010, não emplacou nem mesmo com a mudança na redação da lei.

No Estado, o índice de candidatas é um dos maiores do país e passa de 28%, enquanto a média nacional é de 21,9%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas esses números não representam a realidade, já que algumas mulheres são registradas só para cumprir a cota.

A maior participação feminina na política foi tema, ontem, do Encontro Estadual de Mulheres Candidatas, promovido pelo Fórum Estadual de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos na Capital.

Segundo a advogada e diretora da União Brasileira de Mulheres, Alcenira Vanderlinde, a lei poderia ter surtido melhor efeito se o TSE não tivesse deixado a interpretação a cargo dos tribunais regionais.

– A lei antes dizia que “deverá ser reservado” um mínimo de 30% para mulheres. Com a reforma de setembro de 2009, a redação passou para “preencherá com 30% de mulheres e 70% de homens”. Para nós, isso passa um sentido de obrigatoriedade, numa proporção que deveria ser respeitada. No caso de não completar o número de mulheres, retirar as candidaturas de homens até atingir a proporcionalidade 70/30 – afirmou.

Entretanto, a interpretação do TRE de SC permitiu que, caso os 30% de mulheres não fossem completados, os 70% de homens seriam mantidos. Mas a maioria dos partidos registrou suas nominatas antes do acórdão do TRE/SC, que permitiu essa leitura, o que distorce a realidade. A inexistência de qualquer punição para os partidos que não cumprem a determinação também inibe sua efetividade.

– Precisamos de uma lei que determine a cota de 40% das cadeiras nas assembleias legislativas e no Congresso Nacional. Porque, muitas vezes, apenas duas ou três mulheres realmente são militantes – disse a socióloga e ex-secretária estadual da Educação Zuleika Mussi Lenzi, que também foi vereadora na Capital.

As mudanças na lei eleitoral também determinam que 5% do fundo partidário seja destinado à preparação das mulheres. O partido que descumprir a lei terá que aumentar em 2,5% o percentual para a formação de mulheres no ano seguinte. A reforma na lei eleitoral estipulou que 10% do tempo da propaganda eleitoral gratuita na televisão seja dedicado às campanhas de candidatas mulheres.

simone.kafruni@diario.com.br


Partidos admitem laranjas

Alguns partidos admitem que muitas mulheres nas nominatas apenas completam a cota exigida por lei. Para a ex-vereadora e ex-secretária municipal Clair Castilho, que participou da mesa do Encontro Estadual de Mulheres Candidatas, é preciso aproveitar até mesmo essa participação como laranjas para aumentar sua presença na vida política.

– Se eles (os homens) nos botam de laranja, devemos ser laranjas combativas e, na eleição seguinte, voltar com tudo para buscar a eleição. Temos que incomodar. Assim talvez eles pensem que é melhor investir na preparação das mulheres – disse.

O coordenador de campanha da coligação Aliança com SC (PP-PDT), Edson Caporal, explicou que a aliança encabeçada por uma mulher, Angela Amin, para o governo do Estado cumpriu o que a lei determinou antes da interpretação do TRE/SC que flexibilizou as cotas.

– Nós atingimos 30%. Mas sabemos que algumas mulheres não se empenham. Infelizmente, não temos mulheres suficientes nos partidos interessadas em participar do processo político diretamente, mas fizemos o registro – afirmou.

Horst Domening, da coordenação de campanha A Favor de Santa Catarina (PT-PRB-PR-PSDC-PRTB-PHS-PSB-PC do B), que também lança uma mulher, Ideli Salvatti, ao governo do Estado, disse que a aliança não atingiu os 30% de mulheres na nominata registrada no TRE.

– O PT tem uma secretaria de mulheres para buscar maior participação, mas falta interesse – afirmou.

O coordenador de campanha da coligação que apoia Raimundo Colombo – As pessoas em primeiro lugar (PTB-PMDB-PSL-PSC-PPS-DEM-PTC-PRP-PSDB)–, Antônio Ceron, afirmou que a nominata foi preenchida dia 30 de julho dentro da resolução do TSE e antes do TRE deixar de exigir a proporcionalidade.

– Por isso, nós registramos 30% de mulheres candidatas.


Matérias publicadas no jornal Diário Catarinense, em 5 de agosto de 2010
Repórter: Simone Kafruni
simone.kafruni@diario.com.br

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Evento é encerrado com confraternização

Após os debates, o Encontro Estadual de Mulheres Candidatas nas Eleições de 2010 foi encerrado em clima de confraternização.
E será definido um dia para o reencontro das mulheres para que possam expor suas opniões e solicitações através de mensagens escritas em um pano branco extenso, onde ao final, as participantes escreveram suas mensagens, como um ato simbólico de repúdio à desvalorização das mulheres no poder.
O que fica é uma mensagem de fortalecimento, para que se não for possível que uma grande massa de mulheres seja candidata a assumir o poder, nas eleições deste ano, que se fortaleçam e se preparem para as eleições de 2012.
O Fórum ficou à disposição para esclarecimentos e sugestões para as próximas ações.
Mais informações pelo e-mail: mulheresnapoliticasc@gmail.com

Reforma Eleitoral é abordada, neste momento, no Encontro

Alcenira Vanderline, do Fórum Estadual de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, diretora da UBM/SC abordou o tema: Reforma Eleitoral, explicando a questão dos 30% da participação de mulheres nos partidos políticos.

Alcenira fez um levantamento de dados e demonstra que Santa Catarina é o Estado que mais se aproxima do número mínimo da cota, apesar de muitas, lamentavelmente, sejam usadas apenas como laranjas, nos partidos.

Número de vagas, fundo partidário e propaganda eleitoral, também foram temas abordados na palestra.

A questão das cotas também foi levantada por Glaci de Oliveira, da Comissão da Mulher Advogada, e da OAB, questionando a questão de juíza decidir pela não obrigatoriedade dos 30% de mulheres candidatas nos partidos.

"Esta decisão nos exclui. E, nós, mulheres não podemos aceitar isso. Esperamos que esta decisão possa ser revertida. Pois a mulher precisa fazer parte da política no Brasi", completou.

Após a realização da mesa redonda, foi aberto um espaço para as perguntas e debates das participantes.

Começa o Fórum Estadual de Mulheres Candidatas nas Eleições de 2010

Iniciou há pouco, no Conselho Regional de Contabilidade de Florianópolis, o Fórum Estadual de Mulheres Candidatas nas Eleições de 2010.
Cerca de 50 mulheres estão presentes participando do evento.

O Fórum Estadual de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, que promove o evento, através da representante Shirlei Amaral Ribeiro, apresentou suas representantes e agradeceu a presença de todas.

Zuleika Mussi Lenzi e Neuza Freire Dias apresentam, neste momento, a Importância das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão.

E explicam por que é tão importante a presença das mulheres nestes espaços. "Aonde estavam as mulheres enquanto todos os movimentos de luta aconteceram no Brasil? Estavam participando, mas de forma muito pequena, perto do ideal. Precisamos nos mobilizar para ocupar o nosso espaço, e assim promover as mudanças necessárias", explicou Zuleika.

A próxima abordagem, do Encontro, será sobre a Reforma Eleitoral, que será ministrada por Alcenira Vanderlide.

Fotos deste momento:







A

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Inscrições do Encontro de Mulheres Candidatas em 2010

As inscrições podem ser feitas on line, clicando no botão abaixo:




Convite